sábado, dezembro 02, 2006

Ausente

É a uma das manias da internet...

Estar online no Messenger e meter-se como ausente. É absurdo e ridículo.

Está-se online... mas mete-se como ausente.

Depois uma pessoa quer ir lá falar... "Ah... tá ausente..." e não vai.

E depois quando confrontados com isto dizem: "É para evitar falar com certas pessoas... para não chatearem..." Podiam simplesmente dizer "olha, não quero falar contigo agora" ou então simplesmente não respondiam... para mentir, mentiam na mesma e diziam que se tinham esquecido de meter ausente ou assim...

É realmente idiotice. E depois de muitos dias a tentar e de estarmos fartos de lá ver o ausente decidimo-nos a ir lá falar... e estava mesmo ausente(!) e depois mais tarde dizem "Olá... foste falar comigo... mas eu não estava... estava ausente não viste?!?"

Rídiculo.

PS: Este post estava para chamar-se idiotas. Mas idiotas era uma palavra demasiado fraca para aquilo que eu queria chamar às pessoas a quem este post se dirige (não, não são os atrasados que metem ausente quando estão online, sem ofensa...)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Sabem o que é o bullying?

Um especialista norte-americano em Educação desafiou esta quinta-feira Portugal a criar uma campanha nacional contra a violência verbal, física e social praticada reiteradamente entre alunos, que nos EUA afecta entre 20 e 58 por cento dos estudantes, escreve a Lusa.
O comportamento agressivo e intencional de alunos mais velhos, fortes ou populares sobre colegas mais novos e com menos popularidade, vítimas de rejeição social, insultos diários e até maus tratos físicos, é um fenómeno conhecido como «bullying», que foi hoje tema de uma conferência em Lisboa.

De acordo com o especialista Allan Beane, esta forma de violência é cada vez mais comum nas escolas norte-americanas e constitui já uma das principais causas de absentismo escolar, levando mais de 160 mil alunos a faltar diariamente às aulas, com medo.

Os rapazes são os principais praticantes do «bullying» directo, ameaçando fisicamente, empurrando ou batendo em colegas mais fracos, enquanto as raparigas preferem o «bullying» social, caracterizado pelas ofensas, pela humilhação, disseminação de boatos maldosos e rejeição de outros alunos.

Esta última forma de violência é também cada vez mais frequente, encontrando na Internet um dos seus palcos preferenciais, nomeadamente através da difamação de colegas em sites, com publicação de fotografias e vídeos, referiu o especialista.

Os sinais de alarme

Humilhadas e intimidadas diariamente, as vítimas de «bullying» sofrem de uma baixa auto-estima, de ansiedade e depressão, um sofrimento emocional que muitas vezes substituem por sentimentos profundos de raiva, ódio e vingança, que já motivaram 37 tiroteios em escolas norte-americanas.

A mudança repentina na assiduidade e no desempenho escolar, perda de apetite, sintomas físicos como dores de cabeça e de barriga, pesadelos, quebra de auto-estima e súbitas mudanças de humor são, segundo Allan Beane, alguns dos principais sinais evidenciados pelas vítimas, a que pais e professores devem estar alerta.

E em Portugal?

Contactado pela agência Lusa, o director do Observatório para a Segurança Escolar, João Sebastião, afirmou que não existem em Portugal dados precisos sobre este tipo de violência e questionou a importação do conceito de «bullying» para a realidade portuguesa.

«Tenho largas dúvidas sobre esse conceito porque ele, basicamente, inclui tudo. É tão abrangente que se torna muito indefinido e acaba por dizer pouco, além de que não é sensível às diferenças culturais», referiu o responsável.

«Se [o conceito] for aplicado genericamente, então concluímos que todas as escolas são campos de batalha. No recreio, os alunos passam a vida a chamar nomes uns aos outros e agredidos e agressores alternam muito. A situação não é linear», acrescentou.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Trabalhem...!

Epá, estes gajos ( Professores ) deviam era trabalhar em vez de protestar que é para isso que lhes pagam...

O Coq é que tem razão, se são assim tão bons têm medo de ser avaliados porquê? Não passam de uns meninos mimados que andam a comer à conta do orçamento que na sua maioria nem sequer sabem ensinar... É só Baixas e mais Baixas a mamar os meus (salvo seja) descontos...
Relativamente ao que se anda aí a dizer que os privados têm inveja dos Funcionários Públicos... bem na volta alguns dos privados até tentaram entrar na Função Pública mas como não têm um primo com o nome de Cunha lá dentro, acabaram no privado a pagar as vaidades dos da Função Pública. Faço eu uma outra questão, se a Função Pública está assim tão descontente com o Estado porque não vão para o privado?

Resposta: No privado efectivamente TÊM DE TRABALHAR! No privado TÊM EFECTIVAMENTE DE SER AVALIADOS! No privado não existe tempo para brincadeiras. Trabalha-se! (Granda Coq!)

"Rua com estes parasitas! Com estes e com todos os sanguesugas da Função Pública, o melhor para os melhores, os piores RUA!"

Finalmente alguem meteu a mão na massa daí ter sido a maior manifestação desde o 25 de Abril.

Avaliação dos professores

- Será que todos os professores têm que chegar ao topo da carreira? Seriam a única classe em que isso acontece... olhem para o resto da função pública e para as empresas em geral.
- Aulas de substituição: Quem querem os professores que substitua as suas próprias faltas? A PSP? A GNR? O padeiro da esquina? Não é óbvio que deverão ser os professores a sustentar o sistema e as falhas que nele provocam?

- Avaliação: Mas, se são assim tão bons como apregoam, porque temem os professores a avaliação? Talvez por não estarem habituados... é bom que se habituem.

Resumindo: Se os professores são das melhores coisinhas que por cá temos, vamos então destacar os melhores. Parece-me que o medo é que se descubra que, afinal, há muitos que não são mesmo nada de especial (há quanto tempo não dá aulas a maioria esmagadora dos dirigentes sindicais dos professores? :)

E assim vai o nosso país

Em 1° lugar há algo que deve ser dito que é simplesmente a verdade de tudo o que gera estas situações e em que há vítimas, neste caso o aluno. E porque é que o aluno é vítima? Porque é o produto final numa cadeia em que a matéria prima está defeituosa ou mal orientada. Quero com isto dizer que o sistema de educação é um desastre em tudo. Começa na forma como se colocam professores e se fazem deslocar essas mesmas pessoas no País sem olhar a quê nem a quem. Esta só por si é uma questâo a contornar pelo agente de ensino. Não é fácil estar a kms de casa a trabalhar e saber que o ordenado é todo para a viagem. Depois pede-se, ou melhor, exije-se que esta mesma pessoa seja o psicólogo do aluno e isso por si só é impossível. Começemos por dar aos professores algo que se lhes possa exijir no futuro que será calma e força de vontade, apostando em pôr o professor numa situação de relevo nesta cadeia e não fazendo dele mais uma vítima. Depois há uma coisa que se chama vida social que os pais nâo têm e que se resume a casa-trabalho e trabalho-casa. Onde está a paciência depois de um dia de trabalho, filas de trânsito, contas para pagar, ordenados esticados, nível de vida a baixar, custo de vida consequentemente a subir, onde está? Não existe. Simplesmente há aqui verdades que fazem deitar por terra todas as esperanças num futuro melhor a longo prazo sem que os problemas básicos sejam resolvidos. Só vejo uma solucçâo e mesmo essa pode ter alguns casos menos soluccionáveis que tem a ver com a santidade mental dos alunos. Aí os pais poderiam ao menos dizer aos filhos para definitivamente tentarem crescer um bocado, já que o tempo para se sentarem no sofá e conversarem é um luxo. Ah, há outra coisa que pode ser soluccionável que é tentar dar cursos de formaçâo aos pais sobre a melhor forma de se entenderem com os filhos; sim, porque há pais que preferem abster-se de ter problemas com eles do que com os professores, estes não lhes são nada, por isso é mais fácil. E muito mais haveria para dizer. O que digo no final é que o respeito conquista-se e não é imposto. Quem não se dá ao respeito não o pode exijir. Sirva o barrete a quem o quizer. E assim vai o meu (nosso?) país.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Liberdade de expressão?

A falta de liberdade de expressão nesta escola é notória. Ninguém pode dizer o que pensa pois pode ser punido. O ‘ESA blog’ desta escola é uma treta. Se é um blog deveria ser feito pelos alunos e para os alunos. Se a intenção é libertar esta escola do ‘marasmo’ deixai escrever aos alunos aquilo que lhes apetece não aquilo que o Conselho Directivo quer ouvir/ler. Ninguém pode escrever nada que contrarie a ordem vigente. Ninguém pode dizer alto e bom som os males que afectam a escola e a hierarquia estabelecida. O blog, mais propriamente este blog, não é um blog. O blog é um instrumento nas mãos de professores, que serve os professores na libertação do seu ‘empenho’ pela vida escolar, na sua vontade de demonstrar trabalho pela comunidade escolar, na sua vontade de ficar nas graças do Conselho Directivo e dos restantes professores obsoletos desta escola. Querem libertar esta escola do marasmo para a meter em estado de coma irreversível. Burros são os alunos que nele não participam (…), ou que para ele pensaram contribuir.
Tomei consciência que este blog é o reflexo de uma escola feita de maus professores e alunos, e como tal, um blog que precisa de um puxanço.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Bons professores..

Entristece-me que só agora se começa a pôr o dedo na ferida, sem insultos, sem demagogias, com elevação e objectividade. A educação tem dos orçamentos mais generosos, ao nível dos países mais desenvolvidos. E os resultados? Serão eles condizentes com tamanho esforço financeiro? Não. Nem de perto nem de longe. Há já larguíssimos anos que os resultados são vergonhosos. Foram no tempo das PGA's, provas específicas... e continuam ainda hoje nos exames nacionais. Infelizmente mais mês menos mês, haverá mais do mesmo. Triste realidade. E de quem é a culpa?
Os 1ºs culpados têm que ser os professores, quer por acção ou inacção.
Em 2º são os ministros, sabem que existem professores incompetentes a leccionar, que existem politicas de ensino erradas, que existem escolas sem condições e não têm engenho nem arte para promover a mudunça para melhor. Pelo menos o 1º passo foi dado. Identificar os 1º's responsáveis.
Olhe-se para África onde crianças sem pc´s, sem livros novos a estrear, sem salas de aulas, munidas apenas de papel e lápis numa mão e um banquinho (ou lata vazia) na outra, correm para escola, ávidas para aprender. Não é o canudo ao fim de 3 ou 5 anos que faz um grande profesor, mas sim a vontade de ensinar e a capacidade de transmitir conhecimentos, a capacidade de em todos os momentos reconhecer quem apreendeu a matéria e ajudar quem não o tenha feito. Mas isto dá trabalho, muito trabalho extra sala de aulas, e não se aprende na universidade. Felizmente existe quem o faça, pena é que sejam uma minoria. Com boas políticas e bons professores não há mau comportamento que resista (a não ser que seja patológico), não há frio que chateie, não há encarregado de edução ausente que impeça o bom aproveitamento do educando. Fora com os mercenários do ensino, que os bons professores e as boas escolas tenham a palavra.

Falta de...

A falta de interesse dos professores em que os alunos aprendam ou em dar as matérias. A falta de formação dos professores nas áreas da psicologia e pedagogia aliada à falta de habilidade e gosto pela profissão bem como o seu descaso em lidarem com os conflitos de jovens que como todos sabem e eles (professores também) estão na idade da revolta é que vão originar o abandono escolar e os péssimos aproveitamentos. A maioria dos professores não querem saber se os seus alunos apremdem, compreendem ou sabem as matérias que leccionam até porque há professores que estão mais dias de atestado médico, em formação ou ausentes por outros motivos do que a dar as suas aulas enquanto os alunos ficam largados à sua sorte e dos traficantes ou outros corruptores dentro ou fora dos recintos escolares, enquanto os seus pais e encarregados de educação julgando-os seguros porque os deixaram na escola antes de irem para os seus locais de trabalho estão descansados pensando que tudo corre bem. Os professores estão-se simplesmente borrifando para os alunos, porque não são seus filhos ou familiares ou filhos dos seus colegas da sua ou outra escola que passam a vida a meter-lhe cunhas. No entanto também acho que há professores amigos dos alunos cumpridores, interessados, e preocupados com os seus alunos e com o seu aproveitamento e percurso escolar, só que infelizmente para os país, para o país e para os próprios alunos estes professores são uma pequenissima minoria (5%). Acabem-se com as explicações pagas por fora em casa dos professores e verão como os indices de aproveitamento escolar melhoram muitissimo. Se os professores forem empenhados e interessados, concienciosos e que gostem da sua profissão, que não vivam só em função do lucro fácil e explicarem convenientemente e bem as matérias nas escolas os alunos não precisarão de explicações particulares. Mas dirão eles professores, então deixamos de ganhar o dobro, triplo ou até mais por fora em explicações particulares em casa nos tempos que não tem aulas. Mas para que estou aqui a pregar para os peixes se todo o país sabe desta pouca vergonha e corrupção ?

Professores baldas

Salvo alguns professores, com uma carreira preenchida de "baldas" e com medo do que o futuro lhes reserva, toda a gente - inclusivé os bons professores - sabe que a ministra tem razão. Toda a gente sabe - e o ministério tem esses dados - que há excesso de professores e funcionários na maioria das escolas e os alunos têm, mesmo assim, péssimos resultados e uma falta de motivação atroz!

Detestam a escola e não sabem o que lá andam a fazer. No distrito de Viseu há escolas do 1º ciclo com 1 e 2 alunos! Há escolas do mesmo distrito com 1 professor para cada 7 alunos (escolas básicas e secundárias)! Gastam-se fortunas (milhões de euros/ano) só em salários dos professores. Para quê? Somente para manter uma camada de parasitas que, com a conivência dos conselhos directivos - que se ternizam no poder durante 10/15 e 20 anos - impedem a entrada de novos e mais competentes profissionais e coleccionam "baixas" atrás de "baixas". Chega! O Governo sabe, por isso é tempo de acabar com o regabofe que é a "Educação" em Portugal.

Professores mal habituados

É com indignação que vejo os jovens com a preocupação de quererem estudar, acordar cedo, arrastarem as suas mochilas pesadíssimas, para muitas vezes durante o ano, se sentirem completamente ignoradas... Temos professores que beneficiam, muitas vezes, do Papel de Directores de Turma, que faltam (algumas vezes, nas datas que agendaram para TESTES), sem dar qualquer justificação. São facultadas aulas de Apoio a alguns estudantes, quando na grande maioria, essas aulas, são apenas para lhes ocupar mais tempo, sem que sejam para o efeito inicial. A Ministra tem razão, SIM! Acabemos com estes Professores, mal habituados! Há muitos, com certeza, com vontade de ensinar e como deve ser!

E o frio na escola?

Há escolas onde não se conseguem dar aulas com o frio. Sabe-se que as escolas estavam a fazer investimentos em aquecedores a gás que, depois foram proibidos. Desde então, há cerca de 3 anos, nunca mais se aqueceram as salas. Os alunos e professores que aguentem. Foram milhares de contos metidos no orçamento pela poupança de energia. Salas de aula onde se registaram 11 graus...

Greve?

Estes senhores dos sindicatos devem andar loucos. Os dois dias de greve dos professores foi para quê? Espero é que este governo não ceda a estes senhores, porque foi pelas muitas cedências dos vários governos que este país chegou onde chegou. Estes senhores fazem crer que os professores são uns coitadinhos. Não conheço ninguém com as regalias dos professores.
- têm um horário reduzido;
- ainda o conseguem reduzir mais horário ao longo da carreira;
- têm mais férias que o comum trabalhador;
- têm salários bem acima da média dos portugueses;
- são todos muito bons professores porque sobem todos da mesma maneira ou seja pelo tempo de serviço, já que pela avaliação são todos muito bons.

Eu não sei se esses sindicalistas vivem mesmo neste país porque eles não se lembram que há mais pessoas além dos professores e que se têm de esforçar bem mais que eles para subir na vida. E costuma-se dizer que quem está mal muda-se. E eu não vejo poucos professores a mudarem-se.

Professores?

É claro que, como em todas as profissões há bons, direi mesmo excelentes professores, mas também os há, infelizmente cada vez mais, maus e péssimos professores. Os primeiros são os que abraçaram a profissão por vocação, os segundo por oportunismo. E são os segundos que se queixam constantemente por tudo e por nada. Que todos os anos, sem excepção, arranjam argumentos para fazerem greves. Que vão para as manifestações insultar a ministra e o primeiro ministro. Que não estão dispostos aos mínimos sacrifícios. Que se queixam que trabalham muito dentro e fora da escola. Que acham que todas as criancinhas? (como gostam de tratar os alunos, de forma depreciativa) são mal educados, agressivos, burros e ignorantes. Que os paizinhos das criancinhas, são todos uns ignorantes e analfabetos (talvez porque não são todos professores) que despejam os filhos nas escolas e que nunca vão às reuniões de turma (mas isto deve ser uma visão virtual que eu costumo ter). A avaliar pelos muitos professores que aqui leccionam é perfeitamente compreensível que existam tantos alunos burros e ignorantes. Tiveram bons professores. Dizem que os professores são uma classe muito importante e por isso são muito invejados pelos outros, os não professores. Os professores são de facto uma classe importante, mas não mais que todas as outras profissões. Cada profissional é importante dentro da sua área. Estas arrogâncias ficam-lhes muito mal. E para quem se queixa constantemente de que os professores se fartam de trabalhar, a avaliar pelo tempo que RM só dá razão a quem diz que os professores trabalham muito pouco.

Pobre juventude

Não, não sou autodidacta. Aprendi, e muito com os magníficos professores que tive, nos meus tempos de estudante e já lá vão muitos, muitos anos. Felizmente contam-se pelos dedos (e ainda sobram muitos dedos) os maus professores que tive. Verdadeiros professores não são aqueles que exigem, aos quatros ventos, ser respeitados, só porque são professores, como se de seres superiores se tratassem, mas não sabem respeitar os outros, acusando-os por tudo e por nada de ignorantes, burros e analfabetos. Por último, também eu chego à conclusão que uma grande parte dos alunos de hoje, ao contrário de mim e dos alunos da minha geração, não aprendem nada com os professores que têm. Pobre juventude.

Professores vão bem, o resto vai mal

Quer se queira quer não, somos mesmo um povo idiota, porque na sua maioria é composto por um bando de idiotas. Nada mais é preciso para acrescentar à pouca vergonha daquilo a que chamo «as coutadas dos srs. professores». A escola é deles, o ensino é deles, a pedagogia é deles, os conselhos disto e daquilo são deles, as assembleias de escola são deles, as sucessivas comissões e grupos de estudo das diferentes reformas educativas também são deles, e mesmo assim depois de tudo isto ainda se queixam. Infelizmente só me posso solidarizar alguns por em tempos já ter passado por situação idêntica. Assim vai o ensino em Portugal, uns (professores) vão bem, o resto vai mal...

Coitadinhos dos professores

Tenho muita pena da maioria dos professores: 22 horas de trabalho por semana, vários dias livres, férias em quatro periodos anuais no minimo de 15 dias (no Verão um mês e meio). Faltam quando querem (metem aquelas alíneas dos Malandros da função pública). Ordenados fabulosos comparando com as restantes profissões e fazem greve e queixam-se...

Coitadinhos dos professores...

Santa ignorância dos professores

De facto fico surpreendido com a (in)capacidade que as pessoas têm de comentar aquilo que desconhecem... é por estas razões que o país não anda para a frente. E andam alguns professores a formar (educar) pessoas ao longo dos tempos... Santa ignorância. De facto a ignorância é tanta que até dá para despejar este tipo de comentários por quem se diz professor. Professores que andam há tantos e tantos anos a formar (educar) pessoas, já viram o resultado que obtiveram com toda a vossa (desin)formação e (des)educação? Vejam, reparem, olhem bem em vosso redor, vocês como muitos outros seus e suas colegas, só conseguiram formar (educar) pessoas para serem ignorantes, mas tal não é surpresa, um ignorante só pode parir outro ignorante. Tenho pena dos vossos desgraçados alunos, de vocês tenho apenas, condoidamente, dó...

quarta-feira, outubro 25, 2006

Breve descrição da escola

Setembro. Começam as aulas. Algumas centenas de pessoas novas na Escola Secundária de Alvide (Mais parecia uma creche...). Acabado o nono ano ‘decidiram’ continuar no excelente sistema educativo português, tendo em vista um futuro melhor, tão apregoado por tanta gente. Estão agora no sistema de ensino complementar e, como diz Norberto Prada, ‘não é obrigatório’ e ‘só está aqui quem quer’. Assim como assim, pus-me a pensar no outro dia e cheguei à conclusão que ninguém estuda porque quer, salvo raras excepções, mas estas confirmam a regra. Toda a gente estuda, porque os pais assim o querem. Querem ter um filho doutor, mais um indivíduo no reino dos Dê Erres, para depois as mães, com muita alegria, dizerem em mais uma conversa de café ou de autocarro: - ai o meu filho, é tão esperto, já está a acabar a universidade, daqui a pouco vai ser doutor, nunca me deu tistezas aquele meu rapaz (e quem diz filho diz filha). Assim este diploma torna-se importante não para o filho, mas sim para o estatuto dos pais.

Por vezes, os pais projectam nos filhos aquilo que gostarim de ser, já que não puderam, porque a época não o permitia, porque era muito pobres, porque andaram descalços até aos dez anos de idade, porque naquele tempo só os ricos é que podiam estudar, os pobres ou iam para o seminário ou iam trabalhar (raio de choradinho que em qualquer altura se ouve); só nesse tempo é que as pessoas estudavam por gosto, ou seja, porque não queriam um trabalho tão violento como os pais deles tinham.

Mas agora os jovens não pensam, não querem saber do futuro, levam o dia a cada dia, não projectam as suas perspectivas no que há-de vir, até porque não há futuro, acaba-se o curso passa-se para o fundo de desemprego. Alguns autoconvencem-se, pensando que têm perspectivas de um futuro bom. Como diziam os Punks dos setenta ‘Não há futuro’ e, como eu digo, se isto continuar assim, o futuro será uma autêntica desgraça. A tendência dos jovens é cair num nihilismo estéril, se não houver nada que nos ajude a sair disto. Não estou a pedir ajuda. Cada jovem tem que sair pelos seus próprios meios desta corrente que nos leva para este mar de apatia. Adoptando uma opinião fácil, de certa forma premonitória e sem ponta de subversão, acho que nos deveríamos suicidar colectivamente género seita apocalíptica, para não nos sujeitarmo-nos à visão do fim do mundo. Era o mais fácil. Não estou a aconselhar ninguém o suicídio, é preferível ser-se contestador. Contestem por tudo e por nada. Lutem por aquilo que acreditam -se acreditarem em alguma coisa. Citando Jacques Rigaut (poeta dadaísta do princípio do século) - “Não há razões para viver, mas para morrer também não”.

Mas como estava eu a dizer, chegaram algumas centenas de pessoas novas a esta escola. Tenho pena delas como tive e tenho pena de mim. Desde o topo da hierarquia até os fundamentos tudo estragado. Passo a enunciar o que me leva a afirmar isto. Começando pelos fundamentos da hierarquia. A massa estudantil é um verdadeiro nojo. São porcos, feios e maus (sim, sim, título de um filme) e estúpidos.


São porcos porque não têm nenhuma consideração pelo ambiente, deitam papéis para o chão, latas de bebidas, qualquer coisa que tenham nas mãos e não a queiram e blá, blá, blá. Há indivíduos que cheiram mal, só de passar à beira deles é uma pestina, emanam dos seus corpos um odor extremamente desagradável, apesar de estarem adornados com umas lindas calças Gant, um lindo casaco Naf Naf, ou qualquer outra marca de roupa. Mudam de roupa todos os dias e tomam banho uma vez por semana. O sítio sociologicamente indicado para verificar esta constatação, são os autocarros em que viajamos, exceptuando aqueles que se dirigem para a escola no seu BMW ou qualquer outro carro, esses são uns felizardos que não têm que suportar os diversos cheiros corporais que, por qualquer motivo que me escapa, se acentuam no fim da primavera, princípio de verão, e porque têm uns pais ricos capazes de suportar os seus desejos de afirmação social ou mesmo de incentivar esses mesmos.

São feios, porque, para mim, a verdadeira beleza reside no interior das pessoas e blá, blá, blá e aquilo que se vê são só esculturas razoavelmente construídas, totalmente ocas e destítuidas de cérebro, citando Gabriel O Pensador “umas vacas produzidas com a roupinha da estação”, completando, e uns touros cornudos, não monos, desejando apenas a cobrição. Não têm por onde se lhes pegue(…)

São maus, porque o que querem é prejudicarem-se pelas costas. São uns hipócritas, que não aguentam que o companheiro seja mais feliz que eles, e apenas desejam o mal dos outros. Ficam completamente atrofiados quando o colega de carteira que por acaso até é ‘amigo’, tira num teste mais um valor do que ele/a. Outro comportamento instigado pelos pais.(…). Não vale a pena falar da estupidez porque toda a gente com mais de 1000cm3 nota-a. (…)

Álem disso temos uma rádio que mete Noddy à hora de almoço e DZR'T em todos os intervalos. (…) Umas das muitas coisas que me metem nojo nesta escola é quase tudo. De resto não posso criticar muito mais até porque eles só dão o que o povo quer. O staff até tem tentado fazer alguma coisa pela escola e isso é plausível.

Passando para os auxiliares da acção educativa (…) só digo que estão adequados à escola em que trabalham (mas eu até sinto simpatia por alguns, poucos mas alguns).

Os professores, melhor dizendo, o corpo docente da E.S.A. é um espectáculo. Sábios como eles poucos há. Parecem os sofistas da antiga Grécia que, na sua extrema sapiência, alimentam-nos com os seus pensamentos incontestáveis, como se atirassem pérolas a ovelhas. Quando cheguei a esta escola, já lá vão 4 anos, fui extremamente bem recebido. Logo na minha primeira aula, a professora começa a sondar todos os seus alunos perguntando-lhes donde vieram e quem eram. Claro que já conhecia os meus colegas, até porque eles eram filhos de professores da escola e alguns até tinham altos cargos. - A menina não é filha de fulano tal, e como está ele? Como se não o tivesse visto de manhã! Nesse momento começou logo a separação do trigo do joio. Eu por acaso estava no joio. Mas também quem me mandou parar numa turma de queques e saloios como aqueles.

Nunca os professores desta escola beneficiaram os filhos de professores desta escola, nem os filhos de pessoas importantes ou com apelido conhecido da grandiosa vila de Cascais. Os professores desta escola tratam todos os alunos por igual, mas como diz Orwell, no “Triunfo dos Porcos”, ‘todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros’. Claro que os professores desta escola não são sectários, não tratam de maneira diferente quem vem de outras escolas, até porque os que vêm de outras escolas nem têm menores capacidades, claro que não são estúpidos como portas, claro que são iguais aos meninos de Cascais.

Claro que estou a generalizar demasiado, há professores nesta escola por quem eu nutro uma especial admiração e outros por quem eu nutro um especial desprezo. Os que admiro, para mim são bons professores. (…). Os outros nem têm qualidade para o serem. Estes no alto do seu púlpito, qual padre pregando um qualquer dogma aos seus súbditos, vomitam um conjunto de tretas com o único objectivo de ganharem 200 contos líquidos no fim do mês. Desprezo-os por isso. (…). Aos professores que tive e que tenho os quais segundo a minha perspectiva, são excelentes professores - TRÊS VIVAS - (penso que eles sabem quem são, até porque têm consciência do que fazem e do que são), aos outros desejo-lhes um C.N.C.

Chegando ao topo da hierarquia, ao conselho directivo, com vista a ser claro, correcto e conciso e também para não sofrer retaliações por atacar a ordem estabelecida, só tenho a dizer que o conselho já está no poder há muito tempo (daí as tendências tiranas), em todo este tempo de ‘governo’ nada fez pela escola e ao que me parece estão lá numa de prestígio social dando a parecer que este só é uma sucursal da Assembleia Alvidense numa escola secundária.

Pergunta - Estará este conselho directivo adequado para à escola em que está, ou a qualquer escola?

Outra pergunta - Se a escola está assim, a culpa é de quem? Reticências.

Apenas desejava uma escola que cativasse e motivasse o aluno e mesmo o professor, que servisse o aluno no desenvolvimento das suas capacidades, que desenvolvesse uma educação não repressiva e não sectária, onde o desempenho dos alunos não fosse regulamentado pela simples competição, onde se desenvolvessem e implementassem laços de solidariedade e de cooperação, “onde o estatuto do professor não se baseasse na idade ou na experiência ou no simples facto de ser professor e daí termos todos que o respeitar,mas sim nos seus conhecimentos em determinado campo e na sua capacidade para ensiná-lo e, por fim na capacidade para inspirarem admiração e respeito”*, uma escola que estivesse integrada na comunidade, uma escola em que os dirigentes máximos perante uma iniciativa dos alunos, a apoiasse e que não a estrangulasse logo à nascença, uma escola em que não se ligasse tanto ao facto dos namorados andarem a dar beijos na boca mas sim à limpeza de toda a escola e a limpeza de certas mentes moralistas, mal formadas, deturpadas, religiosamente desprezíveis. Uma escola onde se incentivasse a imaginação, o espírito crítico e a autonomia dos alunos, uma escola onde o poder estivesse descentralizado de forma a permitir um maior empenho por parte dos pais, dos alunos e dos professores na criação de uma escola melhor para todos onde se desenvolvesse uma verdadeira comunidade escolar, uma escola onde o aluno desejasse estar. Enfim uma escola que efectivamente fosse uma escola. Mas sendo eu um pessimista convicto não me parece que este modelo de escola seja possível aplicar nesta sociedade, portanto, fiquem-se só pela ideia.

* Retirado do livro de Nicolas Walter, Do Anarquismo, ed. Sotavento.