sexta-feira, outubro 27, 2006
Liberdade de expressão?
Tomei consciência que este blog é o reflexo de uma escola feita de maus professores e alunos, e como tal, um blog que precisa de um puxanço.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Bons professores..
Os 1ºs culpados têm que ser os professores, quer por acção ou inacção.
Em 2º são os ministros, sabem que existem professores incompetentes a leccionar, que existem politicas de ensino erradas, que existem escolas sem condições e não têm engenho nem arte para promover a mudunça para melhor. Pelo menos o 1º passo foi dado. Identificar os 1º's responsáveis.
Olhe-se para África onde crianças sem pc´s, sem livros novos a estrear, sem salas de aulas, munidas apenas de papel e lápis numa mão e um banquinho (ou lata vazia) na outra, correm para escola, ávidas para aprender. Não é o canudo ao fim de 3 ou 5 anos que faz um grande profesor, mas sim a vontade de ensinar e a capacidade de transmitir conhecimentos, a capacidade de em todos os momentos reconhecer quem apreendeu a matéria e ajudar quem não o tenha feito. Mas isto dá trabalho, muito trabalho extra sala de aulas, e não se aprende na universidade. Felizmente existe quem o faça, pena é que sejam uma minoria. Com boas políticas e bons professores não há mau comportamento que resista (a não ser que seja patológico), não há frio que chateie, não há encarregado de edução ausente que impeça o bom aproveitamento do educando. Fora com os mercenários do ensino, que os bons professores e as boas escolas tenham a palavra.
Falta de...
Professores baldas
Salvo alguns professores, com uma carreira preenchida de "baldas" e com medo do que o futuro lhes reserva, toda a gente - inclusivé os bons professores - sabe que a ministra tem razão. Toda a gente sabe - e o ministério tem esses dados - que há excesso de professores e funcionários na maioria das escolas e os alunos têm, mesmo assim, péssimos resultados e uma falta de motivação atroz!
Detestam a escola e não sabem o que lá andam a fazer. No distrito de Viseu há escolas do 1º ciclo com 1 e 2 alunos! Há escolas do mesmo distrito com 1 professor para cada 7 alunos (escolas básicas e secundárias)! Gastam-se fortunas (milhões de euros/ano) só em salários dos professores. Para quê? Somente para manter uma camada de parasitas que, com a conivência dos conselhos directivos - que se ternizam no poder durante 10/15 e 20 anos - impedem a entrada de novos e mais competentes profissionais e coleccionam "baixas" atrás de "baixas". Chega! O Governo sabe, por isso é tempo de acabar com o regabofe que é a "Educação" em Portugal.
Professores mal habituados
E o frio na escola?
Greve?
- têm um horário reduzido;
- ainda o conseguem reduzir mais horário ao longo da carreira;
- têm mais férias que o comum trabalhador;
- têm salários bem acima da média dos portugueses;
- são todos muito bons professores porque sobem todos da mesma maneira ou seja pelo tempo de serviço, já que pela avaliação são todos muito bons.
Eu não sei se esses sindicalistas vivem mesmo neste país porque eles não se lembram que há mais pessoas além dos professores e que se têm de esforçar bem mais que eles para subir na vida. E costuma-se dizer que quem está mal muda-se. E eu não vejo poucos professores a mudarem-se.
Professores?
Pobre juventude
Professores vão bem, o resto vai mal
Coitadinhos dos professores
Tenho muita pena da maioria dos professores: 22 horas de trabalho por semana, vários dias livres, férias em quatro periodos anuais no minimo de 15 dias (no Verão um mês e meio). Faltam quando querem (metem aquelas alíneas dos Malandros da função pública). Ordenados fabulosos comparando com as restantes profissões e fazem greve e queixam-se...
Coitadinhos dos professores...
Santa ignorância dos professores
quarta-feira, outubro 25, 2006
Breve descrição da escola
Por vezes, os pais projectam nos filhos aquilo que gostarim de ser, já que não puderam, porque a época não o permitia, porque era muito pobres, porque andaram descalços até aos dez anos de idade, porque naquele tempo só os ricos é que podiam estudar, os pobres ou iam para o seminário ou iam trabalhar (raio de choradinho que em qualquer altura se ouve); só nesse tempo é que as pessoas estudavam por gosto, ou seja, porque não queriam um trabalho tão violento como os pais deles tinham.
Mas agora os jovens não pensam, não querem saber do futuro, levam o dia a cada dia, não projectam as suas perspectivas no que há-de vir, até porque não há futuro, acaba-se o curso passa-se para o fundo de desemprego. Alguns autoconvencem-se, pensando que têm perspectivas de um futuro bom. Como diziam os Punks dos setenta ‘Não há futuro’ e, como eu digo, se isto continuar assim, o futuro será uma autêntica desgraça. A tendência dos jovens é cair num nihilismo estéril, se não houver nada que nos ajude a sair disto. Não estou a pedir ajuda. Cada jovem tem que sair pelos seus próprios meios desta corrente que nos leva para este mar de apatia. Adoptando uma opinião fácil, de certa forma premonitória e sem ponta de subversão, acho que nos deveríamos suicidar colectivamente género seita apocalíptica, para não nos sujeitarmo-nos à visão do fim do mundo. Era o mais fácil. Não estou a aconselhar ninguém o suicídio, é preferível ser-se contestador. Contestem por tudo e por nada. Lutem por aquilo que acreditam -se acreditarem em alguma coisa. Citando Jacques Rigaut (poeta dadaísta do princípio do século) - “Não há razões para viver, mas para morrer também não”.
Mas como estava eu a dizer, chegaram algumas centenas de pessoas novas a esta escola. Tenho pena delas como tive e tenho pena de mim. Desde o topo da hierarquia até os fundamentos tudo estragado. Passo a enunciar o que me leva a afirmar isto. Começando pelos fundamentos da hierarquia. A massa estudantil é um verdadeiro nojo. São porcos, feios e maus (sim, sim, título de um filme) e estúpidos.
São porcos porque não têm nenhuma consideração pelo ambiente, deitam papéis para o chão, latas de bebidas, qualquer coisa que tenham nas mãos e não a queiram e blá, blá, blá. Há indivíduos que cheiram mal, só de passar à beira deles é uma pestina, emanam dos seus corpos um odor extremamente desagradável, apesar de estarem adornados com umas lindas calças Gant, um lindo casaco Naf Naf, ou qualquer outra marca de roupa. Mudam de roupa todos os dias e tomam banho uma vez por semana. O sítio sociologicamente indicado para verificar esta constatação, são os autocarros em que viajamos, exceptuando aqueles que se dirigem para a escola no seu BMW ou qualquer outro carro, esses são uns felizardos que não têm que suportar os diversos cheiros corporais que, por qualquer motivo que me escapa, se acentuam no fim da primavera, princípio de verão, e porque têm uns pais ricos capazes de suportar os seus desejos de afirmação social ou mesmo de incentivar esses mesmos.
São feios, porque, para mim, a verdadeira beleza reside no interior das pessoas e blá, blá, blá e aquilo que se vê são só esculturas razoavelmente construídas, totalmente ocas e destítuidas de cérebro, citando Gabriel O Pensador “umas vacas produzidas com a roupinha da estação”, completando, e uns touros cornudos, não monos, desejando apenas a cobrição. Não têm por onde se lhes pegue(…)
São maus, porque o que querem é prejudicarem-se pelas costas. São uns hipócritas, que não aguentam que o companheiro seja mais feliz que eles, e apenas desejam o mal dos outros. Ficam completamente atrofiados quando o colega de carteira que por acaso até é ‘amigo’, tira num teste mais um valor do que ele/a. Outro comportamento instigado pelos pais.(…). Não vale a pena falar da estupidez porque toda a gente com mais de 1000cm3 nota-a. (…)
Álem disso temos uma rádio que mete Noddy à hora de almoço e DZR'T em todos os intervalos. (…) Umas das muitas coisas que me metem nojo nesta escola é quase tudo. De resto não posso criticar muito mais até porque eles só dão o que o povo quer. O staff até tem tentado fazer alguma coisa pela escola e isso é plausível.
Passando para os auxiliares da acção educativa (…) só digo que estão adequados à escola em que trabalham (mas eu até sinto simpatia por alguns, poucos mas alguns).
Os professores, melhor dizendo, o corpo docente da E.S.A. é um espectáculo. Sábios como eles poucos há. Parecem os sofistas da antiga Grécia que, na sua extrema sapiência, alimentam-nos com os seus pensamentos incontestáveis, como se atirassem pérolas a ovelhas. Quando cheguei a esta escola, já lá vão 4 anos, fui extremamente bem recebido. Logo na minha primeira aula, a professora começa a sondar todos os seus alunos perguntando-lhes donde vieram e quem eram. Claro que já conhecia os meus colegas, até porque eles eram filhos de professores da escola e alguns até tinham altos cargos. - A menina não é filha de fulano tal, e como está ele? Como se não o tivesse visto de manhã! Nesse momento começou logo a separação do trigo do joio. Eu por acaso estava no joio. Mas também quem me mandou parar numa turma de queques e saloios como aqueles.
Nunca os professores desta escola beneficiaram os filhos de professores desta escola, nem os filhos de pessoas importantes ou com apelido conhecido da grandiosa vila de Cascais. Os professores desta escola tratam todos os alunos por igual, mas como diz Orwell, no “Triunfo dos Porcos”, ‘todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros’. Claro que os professores desta escola não são sectários, não tratam de maneira diferente quem vem de outras escolas, até porque os que vêm de outras escolas nem têm menores capacidades, claro que não são estúpidos como portas, claro que são iguais aos meninos de Cascais.
Claro que estou a generalizar demasiado, há professores nesta escola por quem eu nutro uma especial admiração e outros por quem eu nutro um especial desprezo. Os que admiro, para mim são bons professores. (…). Os outros nem têm qualidade para o serem. Estes no alto do seu púlpito, qual padre pregando um qualquer dogma aos seus súbditos, vomitam um conjunto de tretas com o único objectivo de ganharem 200 contos líquidos no fim do mês. Desprezo-os por isso. (…). Aos professores que tive e que tenho os quais segundo a minha perspectiva, são excelentes professores - TRÊS VIVAS - (penso que eles sabem quem são, até porque têm consciência do que fazem e do que são), aos outros desejo-lhes um C.N.C.
Chegando ao topo da hierarquia, ao conselho directivo, com vista a ser claro, correcto e conciso e também para não sofrer retaliações por atacar a ordem estabelecida, só tenho a dizer que o conselho já está no poder há muito tempo (daí as tendências tiranas), em todo este tempo de ‘governo’ nada fez pela escola e ao que me parece estão lá numa de prestígio social dando a parecer que este só é uma sucursal da Assembleia Alvidense numa escola secundária.
Pergunta - Estará este conselho directivo adequado para à escola em que está, ou a qualquer escola?
Outra pergunta - Se a escola está assim, a culpa é de quem? Reticências.
Apenas desejava uma escola que cativasse e motivasse o aluno e mesmo o professor, que servisse o aluno no desenvolvimento das suas capacidades, que desenvolvesse uma educação não repressiva e não sectária, onde o desempenho dos alunos não fosse regulamentado pela simples competição, onde se desenvolvessem e implementassem laços de solidariedade e de cooperação, “onde o estatuto do professor não se baseasse na idade ou na experiência ou no simples facto de ser professor e daí termos todos que o respeitar,mas sim nos seus conhecimentos em determinado campo e na sua capacidade para ensiná-lo e, por fim na capacidade para inspirarem admiração e respeito”*, uma escola que estivesse integrada na comunidade, uma escola em que os dirigentes máximos perante uma iniciativa dos alunos, a apoiasse e que não a estrangulasse logo à nascença, uma escola em que não se ligasse tanto ao facto dos namorados andarem a dar beijos na boca mas sim à limpeza de toda a escola e a limpeza de certas mentes moralistas, mal formadas, deturpadas, religiosamente desprezíveis. Uma escola onde se incentivasse a imaginação, o espírito crítico e a autonomia dos alunos, uma escola onde o poder estivesse descentralizado de forma a permitir um maior empenho por parte dos pais, dos alunos e dos professores na criação de uma escola melhor para todos onde se desenvolvesse uma verdadeira comunidade escolar, uma escola onde o aluno desejasse estar. Enfim uma escola que efectivamente fosse uma escola. Mas sendo eu um pessimista convicto não me parece que este modelo de escola seja possível aplicar nesta sociedade, portanto, fiquem-se só pela ideia.
* Retirado do livro de Nicolas Walter, Do Anarquismo, ed. Sotavento.